Laqueadura: como é feita e o que esperar depois?
Quando se fala em métodos contraceptivos, imediatamente pensamos em pílulas, preservativos, diafragma, entre outros. No entanto, há procedimentos cirúrgicos que interrompem, de forma definitiva, a contracepção. Por exemplo, a laqueadura. E, por, inicialmente, ser irreversível, requer todas as informações possíveis para seu planejamento seguro.
O que é a laqueadura?
De modo geral, a laqueadura é uma intervenção cirúrgica que interrompe a passagem dos óvulos do ovário para o útero. Isso é feito pelo corte, amarradura ou colocação de um anel nas Trompas de Falópio. Ok, mas o que são estas trompas? São tubos que ficam na lateral do útero onde ocorre justamente a fecundação.
Sendo assim, a cirurgia interrompe a comunicação entre útero e ovário. Deste modo, impede que o esperma chegue ao óvulo e, em seguida, seja fecundado. Consequentemente, previne a gravidez de forma definitiva.
Quando a laqueadura é indicada?
A laqueadura, como já pontuamos, é um método de esterilização, logo, indicado para quem não quer ter mais filhos. Por exemplo, situações em que uma gestação traz riscos à saúde da mulher ou do bebê. Isso abrange casos de doenças cardíacas, diabetes grave ou pressão arterial muito alta, só para ilustrar.
Até bem pouco tempo, a mulher precisava ter, pelo menos, 25 anos para fazer a laqueadura, além do consentimento do companheiro. Mas, após a aprovação e vigência da Lei nº 14.443/2022, as medidas mudaram. Segundo o texto,
- Mulheres a partir de 21 anos já podem fazer laqueadura
- Quem não tem filhos pode optar pela cirurgia, desde que tenha a idade mínima
- Seja qual for a idade, mulheres com dois filhos (ou mais) também podem recorrer ao método
- A laqueadura pode ser feita já durante um parto cesáreo, caso seja a vontade da parturiente (ou, uma nova gestação represente riscos)
Ademais, a lei dispensa a autorização do cônjuge. No entanto, deve-se seguir um prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e a cirurgia.
Tipos de procedimento
Inicialmente, há duas formas de fazer a laqueadura, sendo elas vaginal e abdominal. Cada uma tem, por sua vez, mais dois tipos de procedimento. Vamos ver cada um com calma?
Laqueadura abdominal
- Minilaparotomia: neste procedimento, faz-se um pequeno corte logo acima do púbis. Assim, acessa o interior do corpo e é possível manusear as trompas
- Videolaparoscopia: aqui, são feitas duas pequenas incisões no abdome, cada uma de 5 milímetros. Por elas, inserem-se os instrumentos e, ainda, uma câmera pequena que permite a visualização dos órgãos.
Laqueadura vaginal
- Colpotomia: primeiro, faz-se um corte em uma região que fica em torno do colo do útero, o fundo-de-saco-posterior. Em seguida, é feita a manipulação das trompas.
- Histeroscopia: nesta técnica, o acesso às trompas se dá pela cavidade do útero com um tubo bem fino. Nele, há uma fibra ótica na extremidade que, também, possibilita a ligadura
O tempo do procedimento varia conforme o método, mas, geralmente, dura de 40 minutos a uma hora. Seja qual for o tipo, a laqueadura requer anestesia, local ou geral.
Cuidados pós-operatórios
O tempo de recuperação também vai depender do tipo de laqueadura ao qual a mulher se submete. No entanto, trata-se de um procedimento de baixa complexidade, o que, claro, não dispensa os cuidados pós-cirúrgicos.
A princípio, deve-se evitar relações sexuais no período de, pelo menos, duas semanas após a cirurgia. Quanto a atividades físicas, evitar as mais intensas por alguns dias. Ao mesmo tempo, recomenda-se caminhadas leves nas primeiras 48 horas. E, claro, seguir todas as recomendações médicas quanto a repouso e demais cuidados.
Vantagens e desvantagens da laqueadura
Da mesma forma que qualquer procedimento, há vantagens e desvantagens da laqueadura. Entre as principais vantagens, podemos destacar:
- Método contraceptivo permanente, logo após a cirurgia
- Tem rápida recuperação
- Não interfere no ciclo menstrual nem na produção hormonal
- Não atrapalha a libido
- Não impede a amamentação, se feita durante o parto
Ademais, a laqueadura reduz os riscos do câncer de ovário. Por outro lado, há pontos a considerar antes de optar pelo procedimento. Por exemplo:
- Método difícil de reverter. Caso a mulher decida engravidar novamente, não há garantias de sucesso e, ainda, aumentam as chances de gestação tubária
- Não previne contra Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST's)
Em alguns casos, pode ser que as cólicas menstruais sejam mais intensas após a cirurgia. Além disso, há os riscos inerentes ao próprio procedimento, como hemorragias ou infecções. Por isso, é importante obter todas as informações quando se decidir.
Para obter mais informações sobre laqueadura, você deve conversar com o profissional especializado. Assim, tira todas as dúvidas e é melhor orientada sobre o melhor tipo de procedimento.
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